Renata Correia Botelho (São Miguel, Islas
Azores, 1977)
falhámos tudo: entregámos
os livros ao sepulcro
das estantes, ao amor
os livros ao sepulcro
das estantes, ao amor
demos um colo de horas
certas, deixámos de abrir
janelas para cheirar a noite.
certas, deixámos de abrir
janelas para cheirar a noite.
já nada nos lembra
que o poema só se forma
no fio da navalha.
que o poema só se forma
no fio da navalha.
fallamos en todo: entregamos
los libros al sepulcro
de las estanterías, al amor
dimos un regazo de horas
puntuales, dejamos de abrir
ventanas para aspirar la noche,
ya nada nos recuerda
que el poema sólo se forma
en el filo de la navaja.
***
ponho entre aspas o teu nome,
metáfora arisca,
tão inútil como um circo
no nevoeiro.
metáfora arisca,
tão inútil como um circo
no nevoeiro.
pongo tu nombre entre comillas,
metáfora arenosa,
tan inútil como un circo
en la niebla.
©
Renata Correia Botelho
(De Um Circo no Nevoeiro, 2009)
© Traducción:
Verónica Aranda
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